Qualquer cousa afinal de belo escolher devo
Para em verso plasmar no esforço da obra prima:
Flor que viceja á sombra, aza que paira em cima,
Aroma de um pomar ou de um campo de trevo.
Qualquer cousa afinal de belo escolher devo
Para em verso plasmar no esforço da obra prima:
Flor que viceja á sombra, aza que paira em cima,
Aroma de um pomar ou de um campo de trevo.
Aroma, ou asa, ou flor... Tudo o que diga e exprima
Perde, ao moldar-se em verso, o seu próprio relevo,
Porque sinto, mau grado a gloria com que escrevo,
Presa a imaginação no limite da rima.
Não vai pois provocar, e sem que isto te praza,
Minh' alma, e por amor d' arte que se não doma,
A mágoa que te dói e a febre que te abrasa:
O aroma, sente! Est’asa, admira! esta flor, toma!
Mas deixa continuar inexprimidas a asa,
A beleza da flor e a frescura do aroma.
More by SANDERLEY